A
mácula moral
Naamã
era um general de grande prestígio em seu país. Porém, sofria de um dos piores
males da sua época, a lepra, hoje conhecida por hanseníase. Essa denominação
deve-se ao descobridor do microrganismo causador da doença, Gerhard Hansen. Ela
é contagiosa, causando problemas dermatológicos, incapacidades e deformidade no
corpo. Isso cabe certinho como tipologia para o pecado; mancha, podridão,
separação, e é claramente descrito como a causa da separação entre o homem e
Deus. Assim nos diz o profeta.
A
tradição política brasileira, não excluindo a de nosso município, parece sofrer
dessa praga fétida. Por esse motivo selecionamos o episódio bíblico da cura de
Naamã, para entendermos como se processa essa relação de interesses entre
candidatos e eleitores.
O
general, descobrindo que havia uma possível cura em Israel, buscou o profeta
para que fosse salvo do mal que o assolava. Ofereceu pelos seus serviços, ouro,
prata, tecidos raros, coisa não tão diferente do jogo de propinas que se
observa nas relações políticas. Pagar pela cura? Receber benefícios próprios
pela venda do voto; esperar retribuição pelos deveres cumpridos; oferecer algo,
esperando receber em troca; é bem característico da raça humana. O profeta não
mandou fazer nada de espetacular para a obtenção da purificação. Somente
mergulhar sete vezes no rio Jordão, que não seria nada dispendioso ao “grande”
homem. Às vezes, são nas coisas simples que se encontra a grandeza e um homem
de Deus teve essa experiência: “Veio um vento impetuoso e forte, que desfazia
as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava no vento, houve um
terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um
fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma
leve brisa... Então Elias ouviu a voz de Deus”.
“Ele
nem apareceu? Não impôs suas mãos sobre minhas chagas? Não poderia ser pelo
menos nos rios da minha terra?” Não! Simplesmente no Jordão! Alusão minha a um
riacho chamado humildade, a um ribeiro de disponibilidade para, honestamente,
servir ao povo. Tomar da fonte da justiça; lavar-se da lepra moral que corrói
os bons costumes desde idade mais tenra. Mas, preferem manter-se contaminados
com as carcomas da corrupção, a viver na pureza da probidade.
Naamã
foi purificado, mas o profeta recusou receber os presentes, as propinas pelo
serviço prestado. Haverá políticos que tenha consciência de receber somente o
salário devido a seus cargos? Que não se deixam sujar com o tráfico de
influência, tão comum a esse meio? Um secretário do profeta, sorrateiramente,
transgrediu o princípio da integridade estabelecido por seu mestre e
reivindicou o jabaculê ofertado pelo líder militar. A lepra de Naamã
transferiu-se para o jovem.
A
mácula da lepra moral é tão contagiosa, que até quem tem bons exemplos pode ser
corrompido. O assédio ao “se dar bem” nas transações, às vezes, transcende os
bons modelos, pois ser honesto em um contexto de desonestidade provoca
indignação e exclusão daqueles que são exercitados por uma conduta
imarcescível. Não deixemo-nos atrair pelas facilidades do ilícito!
Francisco Fernandes
Baseado no texto bíblico de II Reis 5: 1-27
Maravilhoso post, como sempre!!!
ResponderExcluirValeu, Rafaiele! Sua aprovação é importante para nosso blog.
ResponderExcluirQue lindo texto meu amado!
ResponderExcluirObrigado, meu amor! Você é fonte de inspiração para mim.
ResponderExcluirExcelente!!!
ResponderExcluirFoi muito difícil, mas escolhi😬.....Esse é o meu favorito!
ResponderExcluirKkkkk Fique a vontade, Priscila! Sou seu fã!
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