Nem
mel, nem cabaça
A
luta entre a razão e a emoção é o que descreve usualmente os conflitos
internos, e originam um turbilhão de emoções e pensamentos incomodativos. É
esse tipo de sentimento que está permeando as mentes honestas de pessoas que
não desejam mais regressar às amarras da ditadura, muito menos ao
neoliberalismo dos seus filhotes. Também não se sentem confortáveis com a teia
de corrupção em que se envolveu a promessa salvífica dos trabalhistas do Brasil,
aqueles que eram esquerda ao modelo anterior.
O
sábio rei Salomão nos diz em seus provérbios, que são abomináveis, tanto quem
inocenta o culpado, como o que condena o justo. Então, o que fazer? É o grande
paradoxo da atual política brasileira. O que é melhor para o Brasil? Alguém
que, mesmo sem provas concretas, surrupiou aproximadamente 3 milhões de reais
para reforma de sítio e compra de apartamento ou aqueles que, ao longo de uma
imensa carreira política, vêm aumentando seus patrimônios e engordando suas
contas na Suíça? Parece que estamos entre uma fera faminta e um abismo. Este,
feito de ilegalidades e alianças escusas, aqueles, famintos para saciar a fome
de dinheiro público.
Somos,
literalmente, vítimas do “nem mel nem cabaça”. Sem caixa dois do PT, nem FIES, nem ProUni, nem
aposentadoria, nem reajuste de piso
salarial. Com reforma do Ensino Médio, mas sem consulta aos profissionais da
educação, nem aos técnicos, nem muito menos aos maiores
interessados, pais e alunos. O “nem”, apesar de ser uma conjunção aditiva, é a
adição do “não” (= e não). É a politica da conjunção “nem”.
José
do Egito foi o maior exemplo de estadista da antiguidade descrita na Bíblia,
pois se manteve incorruptível, ainda que a consequência fosse o cárcere. Como
José, Daniel também teve grande destaque em terra estranha. Ele não se banqueteou
com os manjares da Babilônia, coisa que nossos representantes, mesmo que bem
intencionados, não têm autocontrole para eximir-se das influências do sistema
neobabilônico. Assim, amargamos as consequências dos desmandos dessa raça de
ladrões que usurpam, não somente os nossos bolsos, mas também a nossa esperança
de liberdade.
O
povo está exaurido por causa dos conflitos que vive. Em quem votar? Naquele que
nem rouba, nem faz ou naquele que rouba, mas
faz? Parece que não existe a opção NDA (nenhuma das alternativas). Na primeira não
há possibilidades de continuidade política, mas na segunda há uma perpetuação
da maquiavelice.
O
que é melhor? A aditiva (nem) ou a adversativa (mas)? A esperança do estropiado
povo brasileiro deve estar em outra conjunção, a alternativa “ou... ou”. Ou
anda na linha ou... Já é hora de despertar para o uso da nossa mais poderosa
arma, o voto!
Excelente texto!
ResponderExcluirE vamos malhar!!!
ResponderExcluirMalhar se tornou um termo referente à atividade física de exibição do corpo, mas malhar pode ser também uma atividade de exercício da indignação política. Abraço, colega!
ExcluirTexto maravilhoso!!! Você descreveu perfeitamente a situação que vivemos no momento. Parabéns!!!
ResponderExcluirOpa, Naiara! São essas situações indignantes que suscitam textos interessantes. Não é à toa que o período da ditadura militar foi o maior celeiro de produções literárias.
ExcluirÓtimo texto Francisco!
ResponderExcluirParabéns.
Valeu!
ResponderExcluirTexto interessante.
ResponderExcluirMuito bom.
Valeu, Pedrão! obrigado pelo comentário.
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