domingo, 30 de outubro de 2016


Perú: aprueba polémica ley de "muerte civil" para políticos y funcionarios corruptos 

Lima, 26 de noviembre de 2016

Devido a reiterados casos de corrupção que sacodem a administração pública no Peru, o governo de Pedro Pablo Kuczynski aprovou nesta quarta-feira a lei de "morte civil" para funcionários públicos que cometem crimes.
Fiquei imaginando uma lei dessas em nosso país, isso se houvesse mesmo impunidade no Brasil. Imaginei alguns membros das receitas federal e estaduais, policiais militares federais e estaduais, policiais civis ou qualquer outro funcionário público; corruptos, sendo exonerados e nunca mais podendo concorrer a um emprego público. Imaginei ainda mais alto: com políticos e magistrados sujos de mãos e de coração, sendo banidos para sempre da política e dos tribunais, pois parece que aqui o crime compensa, já que juntar dinheiro em paraísos fiscais, passar cinco ou dez anos preso e sair para gozar das benesses do roubo, para quem não tem vergonha na cara, é uma maravilha.
A expressão "brasileiro tem memória curta" dá ares de lugar comum, mas é a que melhor descreve o esquecimento que passamos quando somos coagidos a ir às urnas. Olvidar o passado recente de muitos candidatos é comum entre "nobres" e "plebeus". O primeiro governador a ser preso no país, o primeiro senador da República a ser cassado pelos colegas e um ex-senador que renunciou ao mandato para escapar da cassação estavam, oficialmente, de volta nas eleições de 2014.
Outro lapso de memória foi o do povo alagoano, que em 2006 trouxe das cinzas ao senado brasileiro um ex-presidente que renunciou após ser vítima de impeachment. Às vezes creio que o eleitorado brasileiro sofre de uma espécie de Alzheimer político, ou será somente saudades das senzalas ou dos currais do coronelismo?
Não gostaria de clamar por um código de Hamurabi para nossos corruptos, pois assim, surgiria um novo ramo empresarial da construção civil, a edificação de muitas necrópoles e o surgimento de mais um propinoduto. Não somente porque seria um avultar do mal, mas porque sou veementemente contra a pena de morte. Esta é uma forma anticristã de condenação, haja vista ser uma infração do sexto mandamento (não matarás), principalmente, em um país onde sempre é o pobre, o assalariado, que paga o preço dos desmandos políticos. Também seriam esses os únicos a amargar os rigores de tal lei.
Não sei se o nosso vizinho, Peru, saberá cumprir essa legislação a contento. Se o sistema é tão desacreditado tal qual o nosso. Se há também lá, um "jeitinho peruano". Se for assim, será somente um gorgolejo; glu, glu, glu.

Francisco Fernandes


       

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Congregação dos Justos?

“Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos”.
Fomos surpreendidos pela formação de uma congregação para gerência patrimonial da educação municipal. Medida essa que tem deixado gestores, funcionários e professores em polvorosa, já que meche diretamente na contabilidade das escolas, no controle dos gastos.
O salmista utiliza-se do termo, congregação, para definir o agrupamento dos justos de Deus, momento de louvor, de festa, confraternização; tornando-se hoje uma terminologia quase que exclusiva do contexto religioso. Congregar-se significa juntar-se, reunir-se, ligar-se; geralmente relacionado à reunião religiosa.
Não sabemos qual a verdadeira intensão dos gestores responsáveis pela nomenclatura e por sua funcionalidade. O certo é que fere o conceito usado hoje para expressar o lugar ou o ato de se estar em harmonia, em paz! A ideia pode ter vindo de um membro de origem congregacional, mas acho pouco provável, pois estes primam pela democracia, pelo voto direto de todos os membros, em que a assembleia tem a decisão final. Caso tenha partido de um presbiteriano, o governo residiria no conselho da igreja (escola), que é composto por presbíteros, delegados, eleitos pela mesma para exercício do mandato. Parece que seu idealizador tem origem no governo episcopal, pois neste, o poder de mando está centrado nos bispos, que são designados por um colégio formado por eles. Estes governam sem o concurso daqueles que fazem parte da igreja (escola). Só falta cobrar dos membros, o dízimo! Não querendo entrar nos méritos deste uso veterotestamentário de contribuição congregacional, pois aos professores, escancarada e absurdamente, já lhes são surrupiados os direitos a salários dignos, a reajustes compatíveis e a “otras cositas más".
Dá para entender a origem de alguns termos usados para as bandas de cá? Talvez não se compreenda a origem das nomenclaturas, mas as intenções dos corações, sim. Já que se tem agora a quem culpar pela “quebradeira do país”, o PT e seus dois governos, então, hoje a ordem é cortar despesas independente das consequências que trarão à educação e aos demais segmentos que deveriam velar pelo bem-estar do cidadão. Sem querer espiritualizar a coisa, o certo é que as implicações de tal congregação estão muito mais para inferno do que para céu.
Francisco Fernandes

Maracanaú, 27 de outubro de 2016.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

A Marcha Vitoriosa

Cabelos crespos, magra, de altura mediana e uma beleza própria, oriunda de sua simpatia e simplicidade, características não muito comuns a seu grupo de colegas de aula. Sempre foi a primeira da turma, qualidade que fizera atrair a simpatia de alguns professores e alunos. Apenas queria desfilar nas comemorações de Sete de Setembro, dia da pátria.
O problema era uma repetição do que ocorrera na infância de seu pai. Só que às avessas, já que ele detestava marchar. Sofrera discriminação muito mais severa, haja vista ter estudado toda a sua educação básica no período da ditadura militar. Nas paradas do dia da pátria era obrigatório desfilar, pena que, por ser “baixinho”, tinha que ficar nos últimos lugares, na “rabada”, sem considerar ser alvejado com chupas de laranjas. Falar a ela de seu sofrimento pregresso não servia de consolo.
Mas desfilar não é para todos! Há uma seleção para aqueles que desejam arvorar a bandeira nacional; ostentar o escudo da escola; comemorar uma independência que não existe. Não existe porque se continua cativo dos colonizadores; escravo das convenções europeizadas, pois o padrão de beleza continua sendo o do europeu. Desfilar somente estes, os que têm altura adequada, cútis clara, cabelos loiros e lisos, descendência nobre ou ser emergente. Eis a pergunta: quem não tem sangue indígena ou não tem um pé na senzala? A seleção é cruel e excludente, como a maioria delas em nosso país. Ela ficou triste, decepcionada, mas se conscientizou de que tudo nesse mundo é perecível. “Tudo passa, mas as minhas palavras não passarão”, disse Jesus.
Os princípios cristãos, impressos em seu coraçãozinho desde idade mais tenra, foram suficientes para dissipar toda nuvem de decepção, frustação e complexo. Sua mamãe sempre disse que os valores deste mundo não podem, em hipótese alguma, suplantar a glória do porvir. Paulo diz que o que há preparado para os cristãos, nem olho viu, nem ouvido ouviu, nem subiu ao coração do homem. Quem estipulou os critérios de beleza? Quais são os valores dessa sociedade interesseira?  Quais os méritos para o pódio social? Seriam as ações “bajulatórias”?
Anula-se a Cruz de Cristo! Passar pelo seu crivo é renunciar valores que a maioria admite prioridade, o ter em detrimento do ser. A crucificação nulifica o orgulho, desfaz as vaidades, mata o velho homem com seus padrões forjados nos interesses próprios.
Ela não desfilou nas ruas da amada pátria Brasil, mas desfila altaneiramente nas estradas da vida cristã e cresce sabendo que palmilhará os caminhos de ouro da Jerusalém celestial.
Seu hino: Pátria amada, aguardada, o Céu!
Francisco Fernandes

7 de setembro de 2016 

domingo, 16 de outubro de 2016

E o salário, ó...

As atuais medidas propostas pelo governo federal a respeito da educação e a falta de reconhecimento salarial à classe profissional são motivos para não comemorar o dia dos professores. Tal profissional parece ser um peso insuportável para os gestores políticos carregarem.
Quando os bancos entram em greve compromete o crédito e as transações, relações que são fundamentais para manter o mercado rápido e competitivo. Afinal, até o dinheirinho do professor pode ficar preso. Se a greve é da polícia as consequências são desastrosas, pois podem servir de estopim para uma assombrosa onda de criminalidade. Também o professor, que já não tem segurança na própria escola onde trabalha, corre o risco de nem ir trabalhar. Quando os médicos param é um Deus-nos-acuda! Imaginem o sofrimento a ser amargado por aqueles que dependem exclusivamente dos postos de saúde pública para minimizar seus males. Homens e mulheres, velhos e crianças, muitos até chorando, desesperados por não serem atendidos pelo médico. A maioria dos professores não pode pagar um bom plano de saúde. E aí, como fica? Mas quando o professor entra em greve é uma festa! Os alunos acham uma maravilha, pois são férias antecipadas. Os gestores não se preocupam muito, uma vez que deverão ser pagos os duzentos dias letivos de qualquer forma. Enfim, professores sim, mas alunos não podem ficar no prejuízo.
O Brasil, segundo o governo golpista que se instaurou, está quebrado. Quem vai pagar uma grande parte da conta? O professor! Já que os cortes na educação refletem diretamente na atuação dele. “Contenção de despesas! Liguem a central de ar (quando tem) somente na parte da tarde, quando esquenta mais. As avaliações não podem mais ser impressas, copiem no quadro. Não tem dinheiro para pincel, a avaliação vai ser ditada”. Isso é o básico do básico, pois dinheiro para investimento em tecnologia, nem pensar! Sabemos que os jovens têm uma grande afinidade com as TIC e, diga-se de passagem, uma aula audiovisual, em um ambiente confortável, quem não gostaria? Onde estão as tecnologias? Onde ficarão os investimentos em livros literários, que estimulam a criticidade e a interpretação textual?
“Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado". São palavras do "excelentíssimo" ex-governador do Ceará, Cid Gomes. É verdade! Se presidente, governadores, prefeitos, governassem por amor; se senadores, deputado, vereadores, legislassem por amor; e se magistrados julgassem por amor; a classe docente não seria um peso tão grande para os cofres da nação. O Brasil não estaria quebrado!
Ser professor é sim, uma profissão de amor, mas hoje não tenho motivo para comemorar!  

Francisco Fernandes

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A  Assembleia dos mortos

Os mortos resolveram se reunir em um local onde ninguém pudesse observá-los, nem descobrir o que iriam tramar, pois os planos eram os mais macabros possíveis e não havia lugar melhor do que em um planalto no centro do país.
Estavam os mais terríveis mortos. Eram eles, os mais experientes assaltantes de banco. Aqueles que nunca foram descobertos. Tramavam os mais escabrosos métodos, contando com informações de empregados, com o sequestro dos familiares dos guardas ou dos diretores; e se seria necessário amarrar explosivos nos corpos dos reféns, para intimidá-los mais ainda. Na reunião, contavam com a ajuda dos mais perigosos sequestradores da história da criminologia moderna, que chamariam a atenção pelo requinte de crueldade e pelos nuances psicológicos, onde até poderiam envolver sentimentalmente as suas vítimas (Síndrome de Estocolmo).
Também estavam presentes os mais perigosos ditadores, maquinando como promover o culto à personalidade, uma forma de devoção em que se faz propaganda do líder como uma pessoa perfeita e a como convencer as crianças nas escolas a serem gratas à fonte de todas as bênçãos, eles próprios. Tratavam também de como usar a polícia secreta para espionar os cidadãos de seu país, além de restringir suas ideias, ou eliminá-los completamente. Os ditadores não puderam reunir-se, em hipótese alguma, perto dos líderes religiosos, que estavam presentes com a intenção de dominar os mais ingênuos em suas práticas “espirituais”, pois as atrocidades dos primeiros, não combinariam com as suas ideologias religiosas. Estes últimos se tornariam os mais perigosos, levando em conta que suas práticas enganariam, ludibriariam as boas intenções dos que lançariam toda sua fé e dependência nos seus ensinamentos. O mercado da fé seria um dos maiores males para o mundo a ser dominado por todos esses energúmenos.
Na ala menos importante, pelo menos para os de alta periculosidade, estavam aqueles que pretenderiam ganhar a vida como gigolô, jovem de boa aparência física que se dedica profissionalmente em atender as mulheres ricas com o objetivo de ganhar dinheiro, receber presentes etc. Juntos a eles estavam os mentirosos; os adúlteros; assaltantes; ladrões descuidistas e arrombadores; egoístas, aqueles que elevam seus egos às alturas, fazendo qualquer coisa para consegui-lo; e outros transgressores que, aparentemente, não causariam tanto mal. Engano! “É de pequeno que se torce o pepino”. Os mais perigosos iniciaram com práticas tidas como não muito prejudiciais.  
Havia um grupo peculiar, formado por indivíduos pertencentes a partidos, que se preocupam em obter a aceitação da população para ascender a uma determinada posição e para alcançá-la, não importaria os meios ou métodos. Se possível fariam aliança com todos os demais contraventores reunidos na assembleia do mal. Os tipos de tramoia eram dos mais pérfidos, pois teriam que ofertar uma suposta solução para todos os problemas. Iriam limitar gastos e reajustá-los somente pela inflação por um período de vinte anos. Ofereceriam a solução dos problemas financeiros do país, reduzindo drasticamente da educação, da saúde, da segurança e da infraestrutura. Eita desgraceira!
A assembleia é de mortos! Mas a morte, segundo o cristianismo, tem dois vieses: eles estão mortos para o pecado ou mortos em delitos e pecados?
A morte desses congressistas malignos só seria um alívio ou uma alegria se fosse uma morte para o pecado; "Sabendo isto, que o nossos homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado" (Romanos 6. 6 e 7). A morte de Jesus é também a morte do pecador. Quem dera tais elementos cressem na morte do velho homem, vivenciassem a morte para o pecado!
Parece que a realidade é outra. A morte é outra! Estão mortos em delitos e pecados. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6. 23).

Francisco Fernandes

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O da questão

Há muito, muito tempo, em uma terra distante, havia um aprazível povoado ao pé de uma grande serra, onde o clima não era muito quente como no sertão nordestino, em que há falta d’água; nem muito frio como nos invernos europeus, onde a geada queima as plantinhas. Era um clima próprio para o plantio de feijão, pois a quantidade certa de chuva era suficiente para regar as raminhas, e os raios suaves de sol, necessários para secá-las. O vento tranquilo daquele local facilitava que os polens voassem de uma plantinha a outra, fazendo que germinassem e produzissem uma boa safra.
A facilidade que existia para se obter bons grãos não era a mesma quando se tratava da eleição de seus representantes, pois havia uma grande dificuldade na organização dos candidatos nos períodos eleitorais. Uns achavam que deveriam ser escolhidos representantes de somente dois grupos, como há em alguns reinos, daqueles que costumam dominar o terceiro mundo; mas outros já pensavam que o número de grupos poderia ser ilimitado, deixando o povo eleger o que fosse melhor para eles. 
As muitas insistências dos representantes comunitários da cidade, das associações de plantadores de feijão e demais grupos organizados, não foram suficientes para convencer os líderes políticos do local em decidir a correta forma de administração partidária.
Foi aí onde surgiu a “impoluta” figura do “salvador da pátria”, Demagogus Júnior, que resolveria o grande impasse político. Era filho do grande líder, Demagogus, peça fundamental na emancipação do município, que havia legado a seu filho toda a tradição e postura política que lhe são características. Demagogus resolveu solucionar o problema buscando ajuda a uma velha senhora, famosa por suas porções mágicas e por ter resolvido muitos outros problemas dessa natureza.
Dona Grecorromânia era uma senhora idosa. Morava em um casebre muito simples, bem no pezinho da serra. Era uma experiente fazedora de porções mágicas e uma grande conhecedora de todas as ervas e plantas medicinais. Procurada pelos camponeses, sempre buscava uma solução simples para resolver os problemas desse povo honesto e trabalhador.
_ Ô de dentro! _ Pergunta Demagogus, batendo na porta de Dona Grecorromânia.
_ Ô de fora! _ Ela respondeu, já se levantando para abrir a porta.
Demagogus entrou ligeiramente na humilde casa da velhinha, e esta, logo iniciou o interrogatório:
_ O que um jovem de tão nobre estirpe deseja dessa velha mulher, que somente conhece os mistérios das plantas e dos bichos do mato?
_ Desejo uma ajuda para solucionar um problema em nossa comunidade. Não sabemos como organizar as ideologias políticas de nossa região. Há muitos pensamentos distintos e as pessoas que pretendem assumir cargos eletivos não sabem como ou a quem se associar. São democratas, republicanos, monarquistas, presidencialistas, parlamentaristas, socialistas, anarquistas, liberais etc. É uma grande celeuma ideológica, sem organização e sem poder de convencimento a seus futuros correligionários. Qual a solução?   
_ Muito bem! _ Disse Dona Grecorromânia. _ Pegue este saquinho com feijões, eles são mágicos, plante-os na entrada da porta da casa de cada líder, e, certamente, terá uma resposta imediata.
Demagogus não perdeu tempo. Antes que o dia amanhecesse, correu à frente das casas, ao pé das portas, e plantou os feijões mágicos.
O Senhor Comunista já acordou proferindo suas ideologias:
_ PPePlo PuPso PcoPmum Pdos Pmeios Pde PproPduPção Pe Pde PtroPca, PpePla PsuPpresPsão Pdas PclasPses PsoPciPais Pe PexPtinPção Pdo PesPtaPdo! PCdoB, PCB... _ Tentava se explicar, mas ninguém conseguia compreender. A aliteração do fonema P impedia a comunicação.
_ PGoPverPno Pdo PpoPvo, PpaPra Po PpoPvo, PpePlo PpoPvo! PSD, PDT... _ Bradava Dr. Democrata, sem também ser compreendido.
O seu primo o Rev. Democrata-cristão, convicto de seus ideais, acordou um pouco mais tarde e não compreendia nem mesmo o que falava. Ficou atônito, pois se achava o mais seguro na defesa de suas ideologias. Reverberava em vão:
_ POs PiPdePais PdePmoPcráPtiPcos Pnão PpoPdem Pser PdisPsoPciPaPdos Pdos PprinPPpios PcrisPtãos! PDC, PSDC...
_ PLiPberPdaPde Pao PinPdiPPduo! PMePnos PpoPdePres Pao PEsPtaPdo, Pmais PpoPder Pao PpriPvaPdo! PSDB, PMDB_ Vibravam os irmãos Neo e Liberal.
Foi um verdadeiro pandemônio naquela pequena vila. Os curiosos corriam para ouvir a nova língua daqueles políticos e especialistas fizeram estudos para saber a sua origem. As crianças, matreiras como são, tentavam aprender o novo idioma.
As famílias abastadas ficaram abestalhadas, sem saber o que fazer. Procuraram os melhores médicos, curandeiros, bruxos, feiticeiros. Gastaram quase todas as suas posses, mas não conseguiram resposta para aquele mal que os acometia. O alento para todo esse problema era a certeza que, quando assumissem os futuros cargos políticos, teriam seus valores de volta, muitas vezes mais. Enfim, Demagogus resolveu retirar o feitiço da velha cachimbeira, voltando tudo quase ao normal.
Ele alcançou seu objetivo. Criaram-se vários grupos chamados de partidos. Os partidaristas, agora “organizados”, seguiram pregando suas ideologias, mas continuaram sem ser entendidos por seus concidadãos. O bom de tudo isso foi a nova brincadeira que as crianças da região aprenderam e difundiram por todo o mundo. A língua do P.


Francisco Fernandes

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Unidos somos um
De Cristo, para Cristo, com Cristo

Na pacata cidade de Neverland, alguns festejam, outros choram, pois acaba de sair o resultado das urnas, após um momento turbulento que divide famílias, amigos e até casais. Uns ficam vermelhos de alegria, outros azuis de raiva e tristeza, até que tudo passe e quase todos voltem à rotina de um pequeno município. Digo “quase” porque há aqueles que continuam vivendo a campanha eleitoral nos ininterruptos quatro anos. Gente tola que ainda não aprendeu que aquele momento é apenas um processo eleitoral, tudo deve passar, voltando todos a ser neverlandenses da mesma forma de antes. Pena que alguns, politicamente infantis, continuam a arrazoar as mesmas discussões de sempre, como se fossem separados, não só ideologicamente, mas de amizade e de direitos citadinos.
“Avermelhados, fazemos mais” ou “Governo Azul, para os azuis, com os azuis”. São as duas únicas coligações da cidade. Incrível como é patente o cisma partidário que se perpetua no lugar, até parecendo que não se pode pensar diferente dos vieses políticos. Governo vermelho para os vermelhos ou governo azul para os azuis? Nunca!
A coligação vitoriosa não pode olvidar-se das necessidades básicas do cidadão, indiscriminadamente. Os cargos de confiança ou comissionados não devem estar atrelados às fidelidades partidárias, mas à competência exigida pela função, afinal, não se necessita de espias, de olheiros. Deve-se escolher líderes competentes e não chefes ou xerifes, que são capazes de vender a própria alma para manter-se na capatazia. São, geralmente, companheiros de classe, até então, comungantes das mesmas ideias, dos mesmos problemas, das mesmas indignações, mas convertidos em bibelôs de repartição.
“Unidos somos um” e “De Cristo, para Cristo, com Cristo” é o modelo proposto pelo cristianismo. Quão bom seria se esses “líderes” tivessem consciência cristã de governo. Egoísmo não haveria, pois não fariam nada por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um consideraria os outros superiores a si mesmo (Filipenses 2.13). Unidade seria a base do relacionamento, porque Cristo é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade (Efésios 2.14). As campanhas seriam honestas, os negócios seriam justos, pois a balança enganosa é abominação para o Senhor; mas o peso justo é o seu prazer (Provérbios 11.1).
Será possível vislumbrar um governo assim? Será que nossa Neverland será sempre uma terra do nunca? Nunca veremos o progresso e lideranças que se levantem, imbuídos de verdadeiro sentimento cristão? Não julgamos alcançar isso, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que estão adiante (Filipenses 3.13) ¡Arriba, muchachos!