Congregação
dos Justos?
“Pelo
que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos
justos”.
Fomos
surpreendidos pela formação de uma congregação para gerência patrimonial da
educação municipal. Medida essa que tem deixado gestores, funcionários e
professores em polvorosa, já que meche diretamente na contabilidade das
escolas, no controle dos gastos.
O
salmista utiliza-se do termo, congregação, para definir o agrupamento dos
justos de Deus, momento de louvor, de festa, confraternização; tornando-se hoje
uma terminologia quase que exclusiva do contexto religioso. Congregar-se
significa juntar-se, reunir-se, ligar-se; geralmente relacionado à reunião
religiosa.
Não
sabemos qual a verdadeira intensão dos gestores responsáveis pela nomenclatura
e por sua funcionalidade. O certo é que fere o conceito usado hoje para
expressar o lugar ou o ato de se estar em harmonia, em paz! A ideia pode ter
vindo de um membro de origem congregacional, mas acho pouco provável, pois
estes primam pela democracia, pelo voto direto de todos os membros, em que a
assembleia tem a decisão final. Caso tenha partido de um presbiteriano, o
governo residiria no conselho da igreja (escola), que é composto por
presbíteros, delegados, eleitos pela mesma para exercício do mandato. Parece
que seu idealizador tem origem no governo episcopal, pois neste, o poder de
mando está centrado nos bispos, que são designados por um colégio formado por
eles. Estes governam sem o concurso daqueles que fazem parte da igreja
(escola). Só falta cobrar dos membros, o dízimo! Não querendo entrar nos
méritos deste uso veterotestamentário de contribuição congregacional, pois aos
professores, escancarada e absurdamente, já lhes são surrupiados os
direitos a salários dignos, a reajustes compatíveis e a “otras cositas
más".
Dá
para entender a origem de alguns termos usados para as bandas de cá? Talvez não
se compreenda a origem das nomenclaturas, mas as intenções dos corações, sim.
Já que se tem agora a quem culpar pela “quebradeira do país”, o PT e seus dois
governos, então, hoje a ordem é cortar despesas independente das consequências
que trarão à educação e aos demais segmentos que deveriam velar pelo bem-estar do
cidadão. Sem querer espiritualizar a coisa, o certo é que as implicações de tal
congregação estão muito mais para inferno do que para céu.
Francisco Fernandes
Maracanaú, 27 de outubro de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário