quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A  Assembleia dos mortos

Os mortos resolveram se reunir em um local onde ninguém pudesse observá-los, nem descobrir o que iriam tramar, pois os planos eram os mais macabros possíveis e não havia lugar melhor do que em um planalto no centro do país.
Estavam os mais terríveis mortos. Eram eles, os mais experientes assaltantes de banco. Aqueles que nunca foram descobertos. Tramavam os mais escabrosos métodos, contando com informações de empregados, com o sequestro dos familiares dos guardas ou dos diretores; e se seria necessário amarrar explosivos nos corpos dos reféns, para intimidá-los mais ainda. Na reunião, contavam com a ajuda dos mais perigosos sequestradores da história da criminologia moderna, que chamariam a atenção pelo requinte de crueldade e pelos nuances psicológicos, onde até poderiam envolver sentimentalmente as suas vítimas (Síndrome de Estocolmo).
Também estavam presentes os mais perigosos ditadores, maquinando como promover o culto à personalidade, uma forma de devoção em que se faz propaganda do líder como uma pessoa perfeita e a como convencer as crianças nas escolas a serem gratas à fonte de todas as bênçãos, eles próprios. Tratavam também de como usar a polícia secreta para espionar os cidadãos de seu país, além de restringir suas ideias, ou eliminá-los completamente. Os ditadores não puderam reunir-se, em hipótese alguma, perto dos líderes religiosos, que estavam presentes com a intenção de dominar os mais ingênuos em suas práticas “espirituais”, pois as atrocidades dos primeiros, não combinariam com as suas ideologias religiosas. Estes últimos se tornariam os mais perigosos, levando em conta que suas práticas enganariam, ludibriariam as boas intenções dos que lançariam toda sua fé e dependência nos seus ensinamentos. O mercado da fé seria um dos maiores males para o mundo a ser dominado por todos esses energúmenos.
Na ala menos importante, pelo menos para os de alta periculosidade, estavam aqueles que pretenderiam ganhar a vida como gigolô, jovem de boa aparência física que se dedica profissionalmente em atender as mulheres ricas com o objetivo de ganhar dinheiro, receber presentes etc. Juntos a eles estavam os mentirosos; os adúlteros; assaltantes; ladrões descuidistas e arrombadores; egoístas, aqueles que elevam seus egos às alturas, fazendo qualquer coisa para consegui-lo; e outros transgressores que, aparentemente, não causariam tanto mal. Engano! “É de pequeno que se torce o pepino”. Os mais perigosos iniciaram com práticas tidas como não muito prejudiciais.  
Havia um grupo peculiar, formado por indivíduos pertencentes a partidos, que se preocupam em obter a aceitação da população para ascender a uma determinada posição e para alcançá-la, não importaria os meios ou métodos. Se possível fariam aliança com todos os demais contraventores reunidos na assembleia do mal. Os tipos de tramoia eram dos mais pérfidos, pois teriam que ofertar uma suposta solução para todos os problemas. Iriam limitar gastos e reajustá-los somente pela inflação por um período de vinte anos. Ofereceriam a solução dos problemas financeiros do país, reduzindo drasticamente da educação, da saúde, da segurança e da infraestrutura. Eita desgraceira!
A assembleia é de mortos! Mas a morte, segundo o cristianismo, tem dois vieses: eles estão mortos para o pecado ou mortos em delitos e pecados?
A morte desses congressistas malignos só seria um alívio ou uma alegria se fosse uma morte para o pecado; "Sabendo isto, que o nossos homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado" (Romanos 6. 6 e 7). A morte de Jesus é também a morte do pecador. Quem dera tais elementos cressem na morte do velho homem, vivenciassem a morte para o pecado!
Parece que a realidade é outra. A morte é outra! Estão mortos em delitos e pecados. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6. 23).

Francisco Fernandes

2 comentários:

  1. Esses mortos devem estar se contorcendo em seus túmulos. É isso aí Francisco, fazer da nossa triste realidade um momento de prazer através da leitura.

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    1. Verdade, Aline! Nós também temos que morrer para muitas coisas, não é?

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