E o
salário, ó...
As
atuais medidas propostas pelo governo federal a respeito da educação e a falta de
reconhecimento salarial à classe profissional são motivos para não comemorar o
dia dos professores. Tal profissional parece ser um peso insuportável para os
gestores políticos carregarem.
Quando
os bancos entram em greve compromete o crédito e as transações, relações que
são fundamentais para manter o mercado rápido e competitivo. Afinal, até o
dinheirinho do professor pode ficar preso. Se a greve é da polícia as
consequências são desastrosas, pois podem servir de estopim para uma assombrosa
onda de criminalidade. Também o professor, que já não tem segurança na própria escola
onde trabalha, corre o risco de nem ir trabalhar. Quando os médicos param é um
Deus-nos-acuda! Imaginem o sofrimento a ser amargado por aqueles que dependem
exclusivamente dos postos de saúde pública para minimizar seus males. Homens e
mulheres, velhos e crianças, muitos até chorando, desesperados por não serem
atendidos pelo médico. A maioria dos professores não pode pagar um bom plano de
saúde. E aí, como fica? Mas quando o professor entra em greve é uma festa! Os alunos
acham uma maravilha, pois são férias antecipadas. Os gestores não se preocupam
muito, uma vez que deverão ser pagos os duzentos dias letivos de qualquer
forma. Enfim, professores sim, mas alunos não podem ficar no prejuízo.
O
Brasil, segundo o governo golpista que se instaurou, está quebrado. Quem vai
pagar uma grande parte da conta? O professor! Já que os cortes na educação
refletem diretamente na atuação dele. “Contenção de despesas! Liguem a central
de ar (quando tem) somente na parte da tarde, quando esquenta mais. As avaliações
não podem mais ser impressas, copiem no quadro. Não tem dinheiro para pincel, a
avaliação vai ser ditada”. Isso é o básico do básico, pois dinheiro para
investimento em tecnologia, nem pensar! Sabemos que os jovens têm uma grande
afinidade com as TIC e, diga-se de passagem, uma aula audiovisual, em um
ambiente confortável, quem não gostaria? Onde estão as tecnologias? Onde ficarão
os investimentos em livros literários, que estimulam a criticidade e a
interpretação textual?
“Quem
quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor,
pede demissão e vai para o ensino privado". São palavras do "excelentíssimo" ex-governador do Ceará, Cid Gomes. É verdade! Se presidente, governadores, prefeitos, governassem por amor; se senadores, deputado, vereadores, legislassem por amor; e se magistrados julgassem por amor; a classe docente não seria um peso tão grande para os cofres da nação. O Brasil não estaria quebrado!
Ser
professor é sim, uma profissão de amor, mas hoje não tenho motivo para
comemorar!
Francisco Fernandes
A despeito de nossas angústias, trabalhamos sim por amor. Belas palavras Francisco!
ResponderExcluirSe não fora por amor, cara amiga, não faríamos o bom trabalho que fazemos, mas gostaria de ganhar pelo menos a metade que um médico ganha! kkkkkk
ExcluirSeu texto na íntegra é uma grande verdade, Francisco Fernandes. Gostei muito do seu artigo e mais ainda do seu Blog. Visite também meu Blog http://arteepoesia.com/ e deixe seu comentário.
ResponderExcluirObrigado e comentarei, sim!
Excluir